Posicionamento político ou posicionamento moral? – Por Timas de França

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Posições políticas: esquerda, direita, centro, centro esquerda e por ai vai… Vejo e ouço gente falando que tais militantes não devem se manifestar ou que o partido X ou Y não deveria aparecer nas manifestações… Sinceramente acredito que todos devem ter o direito de reivindicar os valores e ideais que buscam e acreditam.

Vejo que a questão principal na qual deveremos por em pauta é O QUE NÓS BRASILEIROS ESTAMOS FAZENDO PARA CONVIVERMOS EM UMA SOCIEDADE JUSTA E EM HARMONIA? Essa pergunta deve ser feita independente da posição e orientação política, religião ou situação socioeconômica. Em minha opinião nós fazemos muito pouco ou quase nada!

Desejo que essa revolta e indignação que vemos nas ruas sejam revertidas no CARÁTER, na HOMBRIDADE, no RESPEITO, CORDIALIDADE, no CUMPRIMENTO DA PALAVRA em NÃO ENGANAR O PRÓXIMO ou DISTORCER/OCULTAR FATOS POR INTERESSES PRÓPRIOS, NÃO OFERECER E NEM ACEITAR PROPINAS, além de sermos COERENTES NOS RELACIONAMENTOS COM O PRÓXIMO. Em suma: BUSCAR SER JUSTO, ESTAR ATENDO A GANÂNCIA E SE PRECAVER PARA NÃO CORROMPER E SER CORROMPIDO.

ESCREVO ISSO OLHANDO NO ESPELHO, APONTANDO O DEDO NA MINHA CARA, PENSO QUE SÃO COISAS IMPORTANTES PARA TODOS NÓS REFLETIRMOS.

O brasileiro precisa extinguir a palavra impunidade da sua realidade, se o “grande”, “rico” ou “bonito” errou este deverá ser responsabilizado tanto quanto o “pequeno”, “pobre” ou “feio”.

E SE VOCÊ VÊ ALGUM ATO DE CORRUPÇÃO, INJUSTIÇA OU DE MÁ FÉ, VOCÊ DEVE SENTIR NO SEU CORAÇÃO UMA PROFUNDA REVOLTA E ATUAR BUSCANDO VER E PRATICAR A JUSTIÇA. AFINAL, NÓS DEVEMOS TER EM MENTE QUE OS MAIORES PREJUDICADOS PELA IMPUNIDADE SOMOS NÓS MESMOS.

Voltando ao assunto da orientação política, eu acho muito importante que seja despertado o interesse em saber até que ponto você ou eu achamos que o estado e a iniciativa privada devem atuar nas questões sociais, políticas e econômicas ou se o partido A, B ou C é melhor ou pior. Mas para isso nós precisamos estudar continuamente para aprendermos cada vez mais sobre aquilo que temos como verdade… Só pra ter certeza se sabemos de fato que queremos!

Por Timas de França

O Feminino: Jesus X Paulo

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Desde o início dos Tempos a mulher, na Bíblia, já principia sendo bombardeada pela Queda do Homem quando Eva induz Adão a comer o fruto proibido da Árvore da Vida, introduzindo, assim, o pecado na humanidade e tornando-os, e nos, mortais. A partir deste episódio, criaram-se regras para ocultar o poder fascinante e sedutor natural da mulher, para que ela não tivesse direitos e não engodasse e/ou manipulasse o homem, induzindo-o ao pecado “novamente”, como, obviamente, havia feito com Adão. A mulher devia causar um medo e risco muito grande para ter sido silenciada de uma maneira tão opressora.

A Queda do Homem, o dogma do Pecado Original e os Anjos Caídos
Em Gênesis, depois de contar como Deus criou os céus e a terra, os animais, o homem e a mulher, chega a História da Queda do Homem, na qual Eva sucumbiu à tentação. A serpente, que era o animal selvagem mais sagaz que Deus criou foi conversar com a mulher e engodando-a comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Em seguida, vendo que o fruto da árvore era bom de comer e convidou o marido, e este comeu conscientemente (Gênesis 3:1-6). A participação de Adão durante este episódio, chamado de Tentação, é mínima; talvez porque os homens, normalmente, estão condicionados a seguir regras e são, naturalmente, menos sedentos por conhecimento do que as mulheres.
Adão, em Gn 3:12, diz: “Então disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”. Adão, além de tentar de eximir-se totalmente da culpa quando comeu o fruto proibido, ainda tentou acusar Deus de lhe dar uma esposa que o fez errar. E em Gn 3:17: “E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara não comesse: maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida”, o próprio Deus culpa Adão de ter ouvido a besteira de sua mulher.
A forma como Deus penitencia Adão e Eva por terem desobedecido esta ordem é extremamente punitiva. O castigo de Eva, e de todas as mulheres, foram as dores do parto (e, conseqüentemente, a menstruação), e ela seria submissa ao marido por os meios existentes (Gn 3:16). O castigo do Adão, e seus descendentes, é trabalhar exaustivamente para conseguir sustento e amaldiçoa a terra em que os homens forem arrumar seu sustento, com o intuito de o obterem com o sofrimento (Gn 3:17-18).
Esses castigos são apenas os dois primeiros do primeiro erro cometido pelo primeiro casal, do ponto de vista bíblico. Ao longo do Velho Testamento se percebe um Deus punitivo, exigente, rígido e cheio de regras.
Assim nasceu o Pecado Original! Nasceu de Adão ter ouvido sua esposa Eva. Adão compreendeu, posteriormente, que foi a sedução natural da nudez do corpo de Eva que o fez pecar; ajudada pela arguciosa serpente que estava possuída por Satanás.
A mulher é apontada pela segunda leva de Anjos Caídos que deixaram os céus para terem relações sexuais com as filhas dos homens, que foram abasbacados pela beleza natural de tais mulheres (Gn 6:1-6). Os “filhos de Deus” dos versos 2 e 4 são anjos caídos, que assumiram a aparência da forma humana masculina. Estes anjos coabitaram com mulheres da raça humana (descendentes de Caim ou de Sete) e a descendência resultante foram os Nefilins. Os Nefilins foram gigantes com superioridade física que então se estabeleceram como homens reconhecidos por suas proezas físicas e seu poderio militar. Esta raça de criaturas meio humanas foi exterminada pelo dilúvio, junto com a raça humana em geral, que eram pecadores confessos (versos 6:11, 12). Esta passagem é usada diversas vezes no Novo Testamento, como em 2 Pedro 2:4 e Judas 6, para elucidar o quanto uma mulher pode ser perigosa, sendo que nem os Anjos conseguiram resistir o desejo de ter o seu corpo.
Por vezes, elas são vistas como tendo um poder atrativo hipnótico demoníaco. Se Deus não tivesse criado a mulher e criado, também, o primeiro mandamento de todos “Sede fecundos, multiplicai-vos” (Gn 1:22), ela provavelmente seria eliminada. O trunfo das Escrituras Sagradas, além dos versículos que Deus culpa Adão por ter ouvido Eva, e Adão culpa Deus por ter-lhe dado uma mulher que o inspirou a alimentar a curiosidade, existe também o versículo “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora (grifo meu) que lhe seja idônea” (Gn 2:18). Este auxiliadora não a coloca em nível de igualdade com o homem, Adão, muito menos, quando este deu ouvidos à Eva.
A mulher passou a ser nada mais nada menos do que um contrato a ser negociado entre um comprador e um vendedor (pai e futuro genro/futuro marido), um objeto a ser negociado e com utilidade e dever de procriar. Não tinha direitos legais ou civis, não podia falar sem a permissão do marido e muitas vezes não podia ir ao templo. Não tinha autoridade sacerdotal, não podia ensinar e devia dar sempre exemplo submissão. Por mais que em um ou outro livro se ache algo como “O marido deve amar sua mulher, assim como Jesus amou sua igreja”, não há regras que as favoreçam no Velho Testamento, na Velha Aliança/Lei, como era chamado.
Mas se pararmos um momento para refletir, se Adão e Eva eram o primeiro casal e a humanidade toda descende deles, e tendo como ponto de partida as Escrituras Sagradas, eles teriam cometido incesto para gerar descendentes. Gn 4:17 “E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho”. A mulher de Caim era uma filha de Adão, pode ter sido uma irmã, sobrinha ou até mesmo sobrinha-neta de Caim; o que era um pecado abominável diante os olhos de Deus, pois tiveram dois filhos primeiramente. E mesmo com filhas, teriam de ter relações sexuais entre si para procriar. Mas se ainda existe quem pense que esse conceito de pecado é válido e coerente, tenho uma pergunta: como o Deus Todo-Poderoso, Jeová, punitivo e castrador, iria permitir um pecado desses? Se Deus condenou Adão a trabalhar pelo seu sustento para prover sua família e Eva a ter dores agonizantes no parto só por terem comigo um fruto proibido, será mesmo que ele teria perdoado o incesto entre Eva e seus filhos somente para criar uma população na Terra? Teria Deus trapaceado suas próprias regras? Está muito mal explicada essa história de Pecado Original. Ora, se Adão e Eva não eram os pais primordiais, não havia Pecado Original, não havendo Pecado Original, não havia necessidade de culpar a mulher pela iniqüidade do mundo. É incoerente amaldiçoar a Mulher pelo Pecado Original e os Anjos Caídos, entre outras coisas, e abrir exceção para o incesto para produzir descendentes.
Em Levítico 18:6-18, Deus instrui diretamente Moisés sobre relações sexuais já que eles estavam no Egito, se dirigindo para a Terra Prometida de Canaã. Deixa extremamente claro que quaisquer relações incestuosas são abominadas por Deus e seus praticantes eliminados do povo de Israel (Lv. 18:29). Cita, novamente, a proibição de intercurso entre parentes em Deuteronômio 22:30, 27:20 e Levítico 20:11, entre outras. Seria um absurdo aceitar a repressão na qual as mulheres bíblicas, com um Deus punitivo, incoerentes, chauvinista, castrador.
A partir daí a mulher foi dominada de tal forma que suas aparições são mínimas e seus feitos são quase patéticos, se comparados com os inúmeros feitos dos grandes homens da Bíblia. Irei pontuar mais para frente, no capítulo “Regras, leis, costumes e cultura para a mulher judaica”, as regras contra a mulher judia (no Velho Testamento), na qual Jesus no Novo Testamento quebra o tabu tratando de igual para igual.

Jesus, e o 11º mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc. 12:31)
A primeira pessoa que falou a favor de alguma mulher bíblica, que a colocou no mesmo patamar de um homem, foi Jesus, no Novo Testamento, séculos depois de Adão. Jesus tinha verdadeira e pura adoração pelas mulheres. A forma como as trata, com tanta compaixão e inclusão, é a maior demonstração de admiração já vista em toda a história da mulher judia. Jesus amava as mulheres da mesma forma e intensidade que amava os homens, assim não havia regra que os diferenciasse; ainda mais, porque diante dos olhos de Deus somos todos iguais.
A principal mensagem de Jesus, que é um novo mandamento, é: amar uns aos outros, pois a humanidade é o objeto do seu amor. Jesus, além de pioneiro em uma filosofia de vida que prega o amor acima de tudo, foi um revolucionário e deixa clara sua intenção de romper com a tradição judia e seu sectarismo. Foi um revolucionário nos costumes e tradições judaicas, um revolucionário ao enfrentar o governo romano, mas foi um revolucionário, principalmente, em relação à mulher.
Os evangelhos relatam que Jesus acabou se tornando uma figura política, por ser descendente da Casa de Davi por parte de seu pai José, mas também um líder religioso que exortava os judeus a não se prender à regras que não se adequavam àquela época e à situação. E dizia, também, que o Reino dos Céus estava aqui na Terra e dentro de nós. Ele desafiou repetidamente os ensinamentos e as interpretações que os líderes religiosos judeus faziam das Escrituras. Um exemplo claro disso foi sua defesa das mulheres e sua nivelação com os homens.
Apesar de todo o esforço e sacrifício de Jesus de passar a mensagem de amor ao próximo, de perdão e da não-necessidade de um credo/doutrina e ritual a ser seguido, não há discussão entre filósofos, teólogos e acadêmicos quando se diz que Paulo foi o inventor do cristianismo; e, além de fundador da religião cristã ortodoxa atual, era extremamente rígido com o sexo feminino, provavelmente o primeiro opressor cristão contra as mulheres, e tinha uma opinião igual aos judeus em relação a elas. O desprezo de Paulo quase chega a ser pessoal.
Os Evangelhos Canônicos e os Atos dos Apóstolos não deixam claro se Jesus desejava apenas reformas radicais no judaísmo ou que sua mensagem fosse espalhada pelo mundo para os gentios (não-judeus). Em algumas ocasiões, como no caso da mulher Cananéia Mateus 15:22-28: “E eis que uma mulher Cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despende-a, pois vem clamando atrás de nós. Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E desde aquele momento sua filha ficou sã”. Mas em Atos dos Apóstolos quando Jesus aparece para Ananias e para Paulo, lhes ordena para pregar sua mensagem para os gentios. Atos 9:15, Jesus ordena a Ananias que vá iniciar Paulo nos ensinamentos de Jesus para que ele vá pregar sua mensagem pelo território gentio: “Mas o Senhor (Jesus) lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel”.

Paulo, uma mini-biografia
Em oposição direta ao crescente movimento judaico-cristão estava Saulo de Tarso, um hebreu ortodoxo devoto, que era tutor do filho do rei Herodes Agripa. Saulo não tinha tempo para a visão helenista liberal de Jesus; ele acreditava que os judeus eram superiores a todos os gentios, e considerada Tiago o verdadeiro Messias, nasceu no marco zero de nossa era e Jesus nasceu 7 anos antes.
O ano de 37 d.C. trouxe mudanças administrativas em todo o Império Romano, e especialmente na Palestina. O imperador Tibério tinha falecido, e o novo imperador, Caio Calígula, demitiu Pôncio Pilatos para nomear seu homem, Félix, governador da Judéia. Também removidos de suas posições foram José Caifás, o sumo sacerdote, e Simão Zelote. Teófilo, irmão de Jônatas Anás, assumiu o posto de alto sacerdote, e uma administração inteiramente nova estava em andamento, mais dependente de Roma que antes.
Em 40 d.C., em Damasco, onde os líderes judeus participavam de uma conferência para discutir sua posição em relação a Roma. Assim como Jesus sabia que os judeus jamais poderiam derrotar Roma enquanto estivessem divididos entre si, Saulo considerava os seguidores de Jesus os responsáveis por dividir a nação judaica. Ele também se dirigiu a Damasco para defender seu caso.
Antes que Saulo tivesse a chance de se fazer presente à conferência, Jesus o deteve nas instalações monásticas. Quando Saulo chegou ao meio-dia, o sol estava a pique bem sobre a clarabóia do templo, e lá se encontrava Jesus, pronto para enfrentar o acusador. Depois, tendo ouvido o sermão de Jesus, Saulo percebeu que deixara cegar por dogmas sectários (At. 9:8).
Subseqüentemente, Jesus instruiu o discípulo Ananias para que fosse ensinar a Saulo. Depois das devidas instruções, Saulo foi iniciado para que também pudesse ver claramente o caminho da salvação, através do perdão e amor: “Imediatamente lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado” (At. 9:18).
Dessa experiência, Saulo emergiu como um helenista-judeu totalmente convertido. Imediatamente, ele começou a pregar em Damasco, mas havia um problema, pois as pessoas não acreditavam que o homem que viera tão inflamado para desafiar o Messias agora o estivesse promovendo. Os judeus estavam confusos, desconfiados, e logo ficaram irados a ponto de ameaçar a vida de Saulo; os discípulos tinham de tirá-lo da cidade. No entanto, em 43 d.C., Saulo era um fervoroso (quase fanático) evangelista, bem conhecido sob seu novo nome, Paulo, para ser associado popularmente a Pedro. Sua conversão fora traumática, sua mudança de opinião tão avassaladora, que Paulo acabou tirando a atenção de Deus e voltando para Jesus, como se fosse uma pessoa separada de Deus, idolatrando-o de tal forma.
As viagens missionárias de Paulo o levaram até Anatólia (Ásia Menor) e às áreas do leste do mediterrâneo onde se falava o grego. Mas sua versão drasticamente revista da Boa Nova era que um surpreendente Salvador logo estabeleceria um regime mundial de perfeita justiça, contando com o apoio de escritos ambíguos do Antigo Testamento, como, por exemplo, do livro de Daniel 7:13-14. Quando foram escritos, esses textos nada tinham a ver com Jesus, mas eram suficientemente esclarecedores para Paulo, dando-lhe a inspiração necessária para a sua inflamada invectiva. Em sua empolgação, ele proclamava a Ira do Senhor com todo o zelo de um profeta do Antigo Testamento, fazendo afirmações ultrajantes que lhe garantiram uma atenção sem precedentes. Paulo se desviara para um reino indecifrável e criou uma doutrina judaico-cristã.
Em seu entusiasmo desenfreado, ele inventou um mito inexplicável e desatinou a fazer profecias que jamais se cumpriram. Apesar de tudo isso, é de Paulo a maior parte dos Livros do Novo Testamento, além dos evangelhos. Tamanho era o poder do ensinamento de Paulo que o Jesus missionário dos evangelhos se transformou num aspecto de Deus Todo-Poderoso, e Jesus, o Cristo, perdeu-se totalmente na história religiosa.
A rota de sucesso de Paulo, diante de todas as dificuldades, devia apresentar Jesus de maneira que transcendesse todos os ídolos paranormais ou com poderes de qualquer tipo. Mas, ao fazer isso, ele criou uma imagem de Jesus tão distante da realidade que a sociedade judaica o considerava uma fraude. Apesar de tudo isso, porém, foi o Jesus inventado por Paulo que mais tarde se tornou o Jesus do cristianismo ortodoxo.
A opinião de Paulo sobre as mulheres era nada lisonjeira e ele se opunha veemente ao envolvimento delas em questões de religião. Não somente em religião, mas também em intimidade, e apenas aconselhava o casamento àqueles que não conseguissem conter o fogo de suas paixões. Paulo mantinha a mulher responsável pelo homem não ser capaz estar cem por cento em comunhão com Deus.
Paulo não teve nenhum tipo de transformação de caráter, pois seu sectarismo continuou. Seu sectarismo judaico foi transferido para a doutrina cristã que estava criando com suas pregações, afastando cada vez mais a atenção dos ouvintes da mensagem de amor de Jesus para a sua pessoa com palavras como “Façam como eu”. Paulo anulou a mensagem e o mandamento de Jesus o transformando em Deus encarnado, e a ressurreição espiritual em ressurreição física. A mensagem estava transforma, e o dogma formado. A religião estava sendo gestada. “

OBS: Se quiserem citar, copiar ou qualquer coisa do gênero, copiem um link para este artigo e blog. Obrigada.

Questionamentos

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Costumava freqüentar a igreja com a minha família desde pequena, igreja batista; igreja essa, que atualmente, não convivemos mais. Meu principal “pecado” foi o incessante questionamento sobre Igreja e os seus dogmas; como o dízimo obrigatório, como sobre a Bíblia é cheia de incoerências, e a falta se sentido que sempre vi na instituição que a Igreja representava. Sempre acreditei que podia criar minhas próprias crenças e conceitos sobre o mundo, definir meu próprio caráter, sem apoiar-me na doutrina de outros. Acredito, desde pequena, que posso sentir um Bem Maior sem a necessidade de um pastor pregando sobre o Deus Criador (chauvinista e punitivo do Velho Testamento, ou, arrependido e misericordioso, do Novo Testamento) do universo. Acredito, já há algum tempo, que, na Igreja, o pastor/pregador (líder) fala e induz, seu rebanho, através de sua própria interpretação sobre as Escrituras ou o que mais lhe convém para dominar uma grande massa desprivilegiada de esperanças e intelecto; então, não posso acreditar, ou colocar meus pensamentos credos, em uma experiência individual ou interpretação de uma pessoa… Pessoa essa que, querendo ou não, está induzindo uma grande para massa a caminhar em determinada direção, a direção em que ele crê ser a certa ou a mais conveniente.

 

Não posso crer em dogma nenhum a partir do momento que começo a questionar as principais fundações de sua doutrina; tais como, por exemplo, a ressurreição física de Jesus, no cristianismo. Não acredito ser certo colocar o destino do caráter, da moral e ética de milhares de pessoas nas mãos de uma minoria, que, na maioria das vezes, ou não entende sobre o que está falando, ou manipula a verdade para obter controle sobre seu rebanho ignorante.

 

Então, no que eu acredito hoje? Acredito que cada pessoa pode encontrar seu caminho espiritual sem a necessidade de uma Instituição. Não sou mais cristã protestante, não acredito cem por cento na veracidade da Bíblia, e, principalmente, não acredito mais nas fundações do cristianismo. Portanto, resta-me recriar todo o conceito de Deus, simbologia e metáforas bíblicas, céu e inferno, o que Jesus ensinou e se é válido para a minha vida, e se eu acredito que a humanidade pode encontrar o seu caminho sem uma doutrina formada. São tantas as coisas que passam pela minha cabeça quando escrevo, tanta informação e sentimentos, que acabo por me atropelar.

 

Cada um pode ter a sua própria verdade. Deus deu inteligência a todos nós para que cada um a use para ter suas próprias idéias, e não seguir a dos outros.

 

Doutrinas são castradoras e individuais, seguir uma doutrina significa abster-se de ter uma opinião e uma personalidade forte e diferenciada. Pessoas que não seguem doutrinas ou regras, são, geralmente, perseguidas por terem ido mais além do que a maioria, por conseguirem ter um pensamento independente, forte e grande. Pessoas assim são aquelas que se ouvem falar através dos séculos. Pessoas que agem assim deixam sua marca registrada na história, incentivando pessoas a buscarem seus próprios caminhos e se libertarem dessa escravidão que se chama religião.

 

Entretanto, ficam também os pensadores manipuladores, inteligentes e gananciosos, sedentos por poder e riqueza, que de uma maneira ou outra atrapalham o curso da evolução do homem com doutrinas religiosas repressoras. Pensadores como Paulo, que recriou os ensinamentos de Jesus quando percebeu que estava perdendo terreno entre os judeus da época; pensadores da Igreja católica inteira, que a cada século foram construindo uma organização político-religiosa tão astuta e sagaz que conseguiu controlar quase ¾ do mundo. Toda forma de organização que castra e controla, não importa de que maneira, proíbe a humanidade de ter experiências individuais e de amadurecer o espírito. São uns tiranos.

Cogito, ergo sum

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Quando se fala sobre Deus, o que nos vem à mente? Na minha mente, ao menos, surgia um grande conflito. Na Igreja fui instruída a acreditar e, conseqüentemente, a espalhar (eufemismo para ‘evangelizar’) por aí que ele é benevolente e amoroso. Deus é amor, certo? Uma essência divina, transcendente, cósmica. Então, seguindo essa linha de pensamento, Deus é tudo de bom que pode ser oferecido à humanidade. Uma definição curta e grossa.

 

Se olharmos as Escrituras Sagradas sem nenhuma influência de seu dogmas, a história que veremos é a seguinte: houve uma guerra, a famosa guerra nos céus, entre Deus e o arcanjo mais elevado na hierarquia celestial, o belo Lúcifer, o anjo da Luz. Este quis usurpar o trono de Deus e se equiparar a Ele. Por isso, foi expulso do céu, caindo na terra (estrela-da-manhã), levando consigo a terça parte dos anjos. Cresce, assim, a “rivalidade” do príncipe das trevas contra Deus. Com sua inveja, orgulho e maldade infinitos, ele tenta o primeiro casal, fazendo-os cair em pecando, desencadeando a corrupção da alma humana, daí por diante.

 

Deus deu o livre-arbítrio a todos os seres mortais e imortais. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”. A humanidade caiu em desgraça por ter falta de personalidade e imposição por parte de Adão, por ter deixado Eva seduzi-lo e induzi-lo a comer do fruto proibido; parecem, até mesmo, ingênuos com a situação. (Ou seria um plano divino de Deus permitir que eles fossem tentados, sabendo que eles cairiam na tentação, sabendo que assim os humanos estariam condenados a adoração e provação constantes de fé durante os restos de suas vidas mortais?) Nascemos com e do pecado e, ao longo de nossas vidas, temos de viver acordo com uma ortopráxis (um código de leis e regras) que foi compilada a mais de 4 mil anos, e segui-la para provar que merecemos não ir para o inferno.

 

O cristianismo é uma religião do medo e da miséria. O cristianismo necessita que seus fiéis estejam em constante contato com a desgraça de suas vidas para que, assim, sirva de conforto prometendo uma vida eterna em compensação de suas aflições terrenas.

 

De acordo com o cristianismo, que se auto-intitula a religião correta e verdadeira, afirma que sem os ensinamentos contidos na Bíblia não teremos a salvação de nossas almas. A Bíblia acaba sendo a ligação e o único caminho, de acordo com o dogma cristão, entre Deus e o homem e a salvação de sua alma para a vida eterna.

 

Para obtermos a vida eterna ao lado dEle, temos de viver de acordo com as Escrituras Sagradas, os livros canônicos; não há nenhum outro caminho para se chegar a Deus, e os que procuram outros caminhos são considerados hereges e excomungados. E seguir esse caminho de leis pode-se notar que desde o início ele foi opressor, pois o decálogo (10 mandamentos) é quase todo iniciados com “Não…”.

 

Dessa perspectiva, um cristão, para um budista ou um islâmico, é um herege, porque para eles a verdade absoluta se encontra na sua religião e nas suas regras; então, como podemos provar que a verdade absoluta está em determinada religião? Não podemos, porque não está.

 

Para um cristão a salvação é adquirida da seguinte forma: se o menino (a) se comportar bem e comer todos os legumes que a mamãe mandar, jantando tudinho, ganha um pirulito e mais uma hora de videogame. Sem Bíblia sem passaporte para o céu.

 

Seguindo esta linha, como se chegava a Deus sem a vinda do profetizado Messias Davídico ou sem o Pentateuco como guia? Deus seria tão cruel ou indiferente ao ponto de condenar os precedentes de Adão e Eva? (Ou seriam vocês, leitores, ingênuos o suficiente para achar que Adão e Eva foram o primeiro casal na Terra?) Não é essa imagem que, normalmente, se tem de Deus. Então, o que era preciso fazer? De que modo a vida deveria ser seguida para ser merecedor do Paraíso? Que regras seguir, que sentimentos reprimir, que tipo de vida ter de aceitar para não ser condenado por sua vida terrena e na imortal arder nas labaredas de um fogo eterno?

 

Antes da vinda do Messias e da Lei de Moisés, não havia uma forma única de encontrar Deus. Mesmo adorando o mesmo Deus, YAHWEH, as variedades da experiência religiosa representada pelos devotos podem diferir a ponto, que apenas sob um ponto de vista sociológico mais superficial é que eles podem ser considerados da mesma religião. Eles são mantidos juntos sociologicamente, através de regras e doutrinas, por Deus, porém psicologicamente (experiência individual) estão em planos diferentes. Então o que, ou quem, o cristianismo pensa que é para determinar que é a religião verdadeira e as outras são ilusões de caminhos para Deus? O que pensa que é ao restringir a vida eterna às suas regras? É uma religião castradora e punitiva, com um Deus incoerente e chauvinista; religião essa que somente vingou por tantos anos graças ao baixo intelecto de seus seguidores.

 

Acredito que Deus criou diferentes caminhos para chegar à Ele e nos relacionarmos com Ele e o mundo, diferentes formas de ver a vida. E diferentes religiões para servir diferentes pessoas, propósitos, épocas e países. As doutrinas são apenas caminhos, mas um caminho não é, de maneira alguma, o próprio Deus. O caminho cada um encontra de uma forma, através de sua história e passado encontra o caminho com sua própria visão e com sua própria verdade.

 

Recebi um email certa vez sobre a história de um camaleão, uma daquelas correntes insuportáveis, mas resolvi ler por consideração a pessoa que havia mandado. A história é a seguinte: um homem entrou no bosque e viu um camaleão na árvore. Ele contou aos seus amigos “Vi um lagarto vermelho”, e estava completamente convencido de que era apenas vermelho. Outra pessoa, depois de ter visto a árvore disse “Vi um lagarto verde”, e estava totalmente convencida de era apenas verde. Mas o homem que vivia embaixo da árvore disse “O que vocês dois disseram é verdade, mas o fato é que essa criatura é por vezes vermelha e por vezes verde, às vezes amarela e ás vezes não tem nenhuma cor, depende de quem vê”. Ou seja, a verdade está dentro de nós, nos olhos de quem vê.

 

Tendo isso em mente, voltemos ao livre arbítrio. Conhecendo a natureza “pecadora” ou a profunda inteligência do homem, temos duas opções: o homem pode muito bem ter manipulado os escritos sagrados por interesse próprio ou por acidente; ou os autores usaram de uma linguagem simbólica e codificada não acessível aos olhos de qualquer um, uma alegoria com o intento de que poucos entendessem (parábolas, por exemplo). Os primeiros papas, bispos e padres manipularam o livre arbítrio, que era um dos poucos atrativos do cristianismo, contra ele mesmo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”; pois bem, posso fazer o que quiser com minha vida na Terra, mas terei de arcar com as conseqüências dos meus atos em minha vida eterna, provavelmente, no inferno. Quem teria o conhecimento e/ou a coragem suficientes para contradizer uma religião e dogma que crescia a cada dia, que dominava o povo cada vez mais, reprimindo qualquer outra doutrina existente? Quem desafiasse, seria morto; textos não autorizados seriam queimados. O cristianismo devia, e deve, servir de mediador e mostrar para o povo que sem a Igreja, não existia ligação direta com Deus; contrariando assim o ensinamento de Jesus, que diz que o Reino dos Céus está dentro de nós.

 

Se Deus criou o mundo, no seu tempo (duração não definida: teoria da evolução)*, e tudo o que nele há, por que teria criado o homem para cair em pecado? Se Deus é onisciente, onipresente e onipotente teria previsto a queda do homem, mas nada fez; assim, então, teria a humanidade no seu controle. Parece um video game: o jogador precisa passar por todas as fases, derrotar todos os seus inimigos e provar seu caráter vencendo o desafio final; e quando vencer esse desafio, o que fica? Nada mais do que uma meta cumprida. Depois de todas as fases serem vencidas e o bandido aniquilado, não teria de provar nada a ninguém e o objetivo pelo qual se dedicou foi tão pequeno e inútil que a sua vida, no caso, meta, foi completamente vazia; a vida foi dedica a seguir um caminho que foi determinado por outrem, um caminho que lhe foi imposto. Seria Deus tão pequeno, tão egoísta? Esse Deus da Bíblia não é o Deus em que creio.

 

Uma pessoa, nos dias atuais, que não obteve o “privilégio” de crer na Bíblia, ter um encontro com Deus ou não segue a doutrina pregada por esta ou aquela igreja, mas que teve uma vida cheia de amor e bondade com o próximo, vai diretamente para o inferno porque não tem a Bíblia como guia de vida? Será mesmo que Deus está tão preocupado com um ou outra doutrina a ser seguida, ao invés de uma vida com princípios, bondade, amor e ajuda ao próximo e as aflições dos nossos corações e enfermidades de nossas almas? Se for esse Deus que a Igreja prega, sou atéia.
A Igreja Cristã fez com que nós nos relacionássemos com Deus por medo e culpa, desde os primórdios co cristianismo primitivo até atualmente. Medo de sofrer as conseqüências de nossa vida terrena em uma eternidade de sofrimento se não seguirmos a Bíblia, e culpa por Jesus ter sofrido e morrido na cruz pelo pecado de toda a humanidade. Esses são os “atrativos” que a Igreja usou e usa, ainda, para manter e atrair fiéis. Em conseqüência dos dogmas e ensinamentos, levamos a vida para um caminho tortuoso cheio de culpa (transformando-a, conseqüentemente, em traumas psicológicos) para com Deus e para com o próximo. Um medo que reina e não permite viver uma experiência única, sendo sempre padronizada.

 

Deus é uma imagem poética sobrenatural, concebida, como toda poesia e música, em profundidade, mas suscetível de interpretação em vários níveis. As mentes mais superficiais e limitadas vêem nela o cenário local (entender literal ou a crença); as mais profundas, o primeiro plano da vacuidade (a base), e entre esses extremos estão todos os estágios do caminho da idéia de idéias de um agrupamento humano, que possui uma estrutura religiosa homogênea, para o essencial do ser local para o universal.

 

A mente humana com seus dois caminhos opostos, masculino e feminino, de ver o mundo, nas fases da vida, infância a velhice, com a sensibilidade e dureza, no seu infindável diálogo com o mundo, é a criadora e destruidora, escrava e senhora de todos os deuses.
Uma das maiores lições que aprendi com meus pais é que relacionamento com Deus é único. Se o relacionamento é único, é incomparável; então, não podemos seguir padrões ou uma única fonte. Dogmas e doutrinas foram criados como forma de manipular e controlar a humanidade, mas se olharmos além da alegoria e simbologia, se olharmos por nós mesmo, e obtivermos nossas próprias respostas e visões, estaremos muito além da compreensão comum dos ensinamentos bíblicos. Estaremos destacados, iluminados e muito além do que a maioria.

 

Não preciso de ninguém me dizendo no que crer e no que é certo e no que condenar. Não preciso de ninguém me indicando caminho a seguir, pois cada um vai ter sua própria interpretação de determinado caminho, sempre. O verdadeiro caminho para Deus e o Reino dos Céus está dentro de nós, e não em nenhum livro ou um código de regras, em uma igreja, em uma instituição ou nenhuma outra coisa do gênero. A verdade sempre esteve em nossos corações, basta nós olharmos dentro de nós mesmo e termos a coragem de abandonar conceitos e princípios anteriores. Temos sempre se estar abertos para nós mesmos e o caminho que podemos trilhar independente de outrem.

 

* Deus criou o mundo. Gênesis 1:1-2 fala que “No princípio Deus criou os céus e a terra, a terra, porém era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”, ou seja, a criação original ficou temporariamente (duração não definida) sem forma e vazia, condição que logo foi mudada. A frase significa que a estrutura definitiva da Terra não estava completa e ainda se encontrava desabitada. A palavra ‘abismo’ pode, provavelmente, ser uma alusão às águas que cobriam a Terra. ‘Pairava’ sugere uma idéia de proteção e participação de Deus na obra. Ou seja, a comprovada teoria da evolução juntamente com a obra de criação de Deus, uma alusão, uma alegoria. Assim segue Gênesis e as Escrituras.

Blogueira satiriza grife em ensaio fotográfico

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Recentemente, Mike Jeffries, CEO da Abercrombie & Fitch, declarou que a grife jamais fabricaria peças nos tamanhos G e GG para selecionar o público da marca. Para ele, somente pessoas em forma e bem sucedidas deveriam usar os produtos da Abercrombie.

A declaração gerou polêmica na imprensa e nas redes sociais. A blogueira Jes M. Baker resolveu criar uma série de fotos satirizando o comentário de Jefrries. Intitulado “Attractive and Fat” (atraente e gorda, na tradução livre), a blogueira posa em fotos sensuais usando as roupas da marca.

Confira galeria.

E a separação entre Estado e Igreja, hein?? Acorda, Paris!

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Hoje vi uma matéria da Folha de São Paulo falando sobre uma manifestação contra casamento gay em Paris. E, pelo visto, a manifestação reuniu milhares de pessoas. Tudo bem que parisiense arruma desculpa para não ter que trabalhar, ainda mais com as centenas de passeatas que ocorrem DIARIAMENTE lá.

Fiz pós-graduação em Fotografia Profissional em Paris, especializada em fotojornalismo. Nunca fotografei tanto manifestações, protestos e coisas do gênero em nenhum um outro lugar tanto quanto em Paris.

Eu acredito que eles têm consciência social maior do que a nossa (brasileiros), mas acredito que certos valores enraizados que eles herdaram do cristianismo católico ainda reinam por lá. O Estado Francês pode, como deve, legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por que não?! Porque os valores judaico-cristão ainda estão impregnados em nós.

É uma pena ver que a mentalidade atual da nossa sociedade não têm evoluído tanto quanto outras áreas. Essa forma estática de ser e pensar atrasa vidas. As pessoas deveriam ter o direito de registrar legalmente uma união.

Assim como eles foram manifestar contra o casamento entre pessoas do mesmo, estou aqui expondo minha simples opinião de que essas pessoas não evoluíram e não tem o DIREITO de escolher o destino de outras pessoas. Se na Grécia Antiga era comum o relacionamento entre homens (mulheres “serviam” mais para procriação e diversão do que para um amor romântico), o cristianismo veio para unir as massas em uma época em que era necessário se unir pela religião. Hoje em dia a Igreja não interfere no Estado, e, na teoria, um sistema democrático deveria sustentar e apoiar o direito de qualquer pessoa (sexo, raça, etc.) de se expressar da mesma foram que a maioria.

Acredito que a minha geração seja mais cabeça aberta, mas ainda sim acredito que podemos expandir mais nossa mente. Cada um tem o direito de pensar como quer, mas fazer uma manifestação que afeta a vida de outras milhares de pessoas decidindo assim como a vida delas devem ser é uma TIRANIA!

Temos que viver o nosso tempo, criar nossos conceitos e nossos valores. Valores que foram criados a 2 mil anos atrás não deveriam se aplicar a uma sociedade tão diferente daquela, em termos culturais, principalmente.

Matéria na Folha de São Paulo

Flávia